Resenha de Juarez Fonseca - Jornal NH
15 de junho de 2003
Aí vem Danny Calixto
Você já ouviu falar em Danny Calixto? Não? Pois guarde este nome. Considerando o que mostra em Abracadabra, seu disco de estréia, a gaúcha tem tudo para chegar ao conhecimento nacional. É mesmo uma revelação. Só como referência, a voz lembra uma mistura de Marina e Paula Toller.
Mas fazendo em essência música pop, com pitadas de funk e new-bossa, Danny é mais ela. E é mais ela porque compõe muito bem, coisa rara em uma mulher por estas bandas.
Melodias de efeito intantâneo, radiofônico; letras competentes, modernas , atrevidas, românticas.
Além disso, Danny sabe construir pontes. Formada em Artes Plásticas, atua em publicidade. Viveu em Curitiba, cantando e fazendo teatro.
Em Porto Alegre, foi vocalista e produtora da banda "Os Waldos".
Tem ligações fortes com Belo Horizonte - onde faz shows com freqüência (o último quarta passada) e onde mora o tecladista Rodolfo Mendes, autor do Arranjos de Abracadabra.
Mas o CD foi gravado em POA, com os ótimos Ciro Moreau, Ângelo Primon e Mario Carvalho.
Danny faz música com segurança e pavimenta seus planos sem ansiedade.
É por isso que digo: se não acontecer nenhum acidente de percurso, ainda vamos ouvir falar muito nela.
Dos tantos discos de estréia que tenho ouvido nos últimos tempos, o dela está entre os que mais me
impressionaram pela naturalidade.
Não é fácil hoje fazer um pop que soe verdadeiro em meio a tantas fórmulas prontas.
E Danny ainda revela um cara como Marcelo Cougo, autor de Pensando Bem:
"Jogamos no Afeganistão / O excedente da América do Norte/ Um europeu com saúde, um árabe jurado de morte / Todo dia tem Colômbia em algum lugar do Brasil".
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